sexta-feira, agosto 06, 2004

parece uma necrologia. bem, também está quase morto.
então não admira

sexta-feira, julho 09, 2004



concerto para violino de chopin ou a berlusconização

obrigadinha, ó sampaio

quarta-feira, junho 09, 2004

... e amigos de verdade, saídos dos lugares mais improváveis, dão-se ao trabalho de apanhar o combóio ou o avião para chegar a mim. acolhem-me nas suas casas e mostram-me a cidade. olham pela minha filha, passeiam pelas inaugurações das galerias e dão-lhe de jantar. amigos com rosto, com afecto, com tantas coisas afins. saídos da rede. porque mesmo antes de os tocar já eram reais. como os que nunca toquei.

os meus mais novos e vivos e verdadeiros e grandes amigos

segunda-feira, maio 24, 2004



eu não sou do bloco. mas gostei de vestir esta na manif do 25 de abril

sexta-feira, maio 21, 2004

"Nasci para ser ignorante..."

Nasci para ser ignorante
mas os parentes teimaram
(e dali não arrancaram)
em fazer de mim estudante.

Que remédio? Obedeci.
Há já três lustros que estudo.
Aprender, aprendi tudo,
mas tudo desaprendi.

Perdi o nome às Estrelas,
aos nossos rios e aos de fora.
Confundo fauna com flora.
Atrapalham-me as parcelas.

Mas passo dias inteiros
a ver um rio passar.
Com aves e ondas do Mar
tenho amores verdadeiros.

Rebrilha sempre uma Estrela
por sobre o meu parapeito;
pois não sou eu que me deito
sem ter falado com ela.

Conheço mais de mil flores.
Elas conhecem-me a mim.
Só não sei como em latim
as crismaram os doutores.

No entanto sou promovido,
mal haja lugar aberto,
a mestre: julgam-me esperto,
inteligente e sabido.

O pior é se um director
espreita p'la fechadura:
lá se vai licenciatura
se ouve as lições do doutor.

Lá se vai o ordenado
de tuta-e-meia por mês.
Lá fico eu de uma vez
um Poeta desempregado.

Se me não lograr o fado
porém, com tais directores,
e de rios, aves e flores
somente for vigiado,

enquanto as aulas correrem
não sentirei calafrios,
que flores, aves e rios
ignorante é que me querem.

Sebastião da Gama
Cabo da Boa Esperança, 2ª Ed.(1959)

quinta-feira, maio 20, 2004

john passa cantando: e cantamos com john

USH vs. GREENPEACE - NOT GUILTY!

It's over! I've been in court in Miami all this week defending our ability to stand up for what's right for the planet and our right to speak out against environmental abuses

And at 3:30 this afternoon the judge acquitted Greenpeace on all charges. The prosecution's case was unproven before we even presented our defense. I wanted you to be among the first to know. Thanks so much for your support.

It's incredible - in the last couple of weeks 81,311 people like you, all around the world, have e-mailed President Bush and Attorney General John Ashcroft to condemn this prosecution. The US Government has never heard from Greenpeace in such strong numbers. It's a great show of what we can all do together, and I congratulate you.

Together we have won. Bush and Ashcroft have been shown to have been vindictive, using an 1872 law, and shown to be trying to stifle civil disobedience by shutting Greenpeace down.

But Greenpeace is still in business, and we come out of court more determined than ever to stand up for the planet. But we need your help.

The US Government has forced us to spend a lot of time and money defending this case. Money we should be spending defending ancient forests, sailing the high seas to highlight the collapse of ocean eco-systems, campaigning against irresponsible corporations that pollute our air and water at will.

Our campaign to defend ancient forests, in the Amazon - where this Miami case started - and the last remaining ancient forests in the United States, continues. Watch us.

However, the threat to Greenpeace is not yet over. Hard on the heels of the US Government's case, we may end up in court against Exxon Mobil, the world's largest corporate producer of global warming gases. Last year Greenpeace volunteers protested at their headquarters dressed in tiger suits to highlight Exxon's role in global warming. They didn't like it, and our volunteers face felony charges. Like Bush, they are trying to shut us up for good.

So please, keep Greenpeace in action, be part of the action. We appreciate your on- going support, and we continue to need it, now that we have faced off Bush's malicious prosecution. If you can make an emergency donation, please click here.

We couldn't have done it without you.

Rave on
John Passacantando
Executive Director, Greenpeace

quarta-feira, abril 21, 2004

recebi o poema e a imagem por mail. desta não sei o autor
mas agradeço-lhe

Abril com "R"

«Trinta anos depois querem tirar o r
se puderem vai a cedilha e o til
trinta anos depois alguém que berre
r de revolução r de Abril
r até de porra r vezes dois
r de renascer trinta anos depois

Trinta anos depois ainda nos resta
da liberdade o l mas qualquer dia
democracia fica sem o d.
Alguém que faça um f para a festa
alguém que venha perguntar porquê
e traga um grande p de poesia.

Trinta anos depois a vida é tua
agarra as letras todas e com elas
escreve a palavra amor (onde somos sempre dois)
escreve a palavra amor em cada rua
e então verás de novo as caravelas
a passar por aqui: trinta anos depois.»


Manuel Alegre

quinta-feira, abril 01, 2004

eu disse à ana: os olhos coçam-se com o cotovelo

ela agarrou no meu cotovelo e coçou

domingo, março 21, 2004


Acácio de Pina Coelho
ESCULTOR

esculturas em gesso decorativo
branco ou pintado

Rua dos Cordoeiros, 32
1200-128 LISBOA

Tel.: 213 465 261
Tlm.: 919 239 950

http://7mares.terravista.pt/acaciocoelho

!

quinta-feira, março 18, 2004

quinta-feira, março 11, 2004



aprendi devagar a amar madrid

eu não quero ver

mas não serve de nada fechar os olhos

terça-feira, março 02, 2004



a dança já passou por cá mais do que uma vez
mas eu não resisti à versão para puritanos do bad advice

domingo, fevereiro 29, 2004

O GUARDADOR DE REBANHOS (XVI)

Quem me dera que a minha vida fosse um carro de bois
Que vem a chiar, manhãzinha cedo, pela estrada,
E que para de onde veio volta depois
Quase à noitinha pela mesma estrada.

Eu não tinha que ter esperanças - tinha só que ter rodas...
A minha velhice não tinha rugas nem cabelo branco...
Quando eu já não servia, tiravam-me as rodas
E eu ficava virado e partido no fundo de um barranco.

Alberto Caeiro
ando tão esquecida

sábado, fevereiro 07, 2004

Será possível que nada se cumprisse?
Que o roseiral a brisa as folhas de hera
Fossem como palavras sem sentido
- Que nada sejam senão seu rosto ido
Sem regresso nem resposta - só perdido

Sophia de Mello Breynner