domingo, agosto 29, 2004
quarta-feira, agosto 04, 2004
sexta-feira, julho 09, 2004
domingo, junho 27, 2004
quarta-feira, junho 09, 2004
... e amigos de verdade, saídos dos lugares mais improváveis, dão-se ao trabalho de apanhar o combóio ou o avião para chegar a mim. acolhem-me nas suas casas e mostram-me a cidade. olham pela minha filha, passeiam pelas inaugurações das galerias e dão-lhe de jantar. amigos com rosto, com afecto, com tantas coisas afins. saídos da rede. porque mesmo antes de os tocar já eram reais. como os que nunca toquei.
os meus mais novos e vivos e verdadeiros e grandes amigos
os meus mais novos e vivos e verdadeiros e grandes amigos
sexta-feira, maio 21, 2004
"Nasci para ser ignorante..."
Nasci para ser ignorante
mas os parentes teimaram
(e dali não arrancaram)
em fazer de mim estudante.
Que remédio? Obedeci.
Há já três lustros que estudo.
Aprender, aprendi tudo,
mas tudo desaprendi.
Perdi o nome às Estrelas,
aos nossos rios e aos de fora.
Confundo fauna com flora.
Atrapalham-me as parcelas.
Mas passo dias inteiros
a ver um rio passar.
Com aves e ondas do Mar
tenho amores verdadeiros.
Rebrilha sempre uma Estrela
por sobre o meu parapeito;
pois não sou eu que me deito
sem ter falado com ela.
Conheço mais de mil flores.
Elas conhecem-me a mim.
Só não sei como em latim
as crismaram os doutores.
No entanto sou promovido,
mal haja lugar aberto,
a mestre: julgam-me esperto,
inteligente e sabido.
O pior é se um director
espreita p'la fechadura:
lá se vai licenciatura
se ouve as lições do doutor.
Lá se vai o ordenado
de tuta-e-meia por mês.
Lá fico eu de uma vez
um Poeta desempregado.
Se me não lograr o fado
porém, com tais directores,
e de rios, aves e flores
somente for vigiado,
enquanto as aulas correrem
não sentirei calafrios,
que flores, aves e rios
ignorante é que me querem.
Sebastião da Gama
Cabo da Boa Esperança, 2ª Ed.(1959)
Nasci para ser ignorante
mas os parentes teimaram
(e dali não arrancaram)
em fazer de mim estudante.
Que remédio? Obedeci.
Há já três lustros que estudo.
Aprender, aprendi tudo,
mas tudo desaprendi.
Perdi o nome às Estrelas,
aos nossos rios e aos de fora.
Confundo fauna com flora.
Atrapalham-me as parcelas.
Mas passo dias inteiros
a ver um rio passar.
Com aves e ondas do Mar
tenho amores verdadeiros.
Rebrilha sempre uma Estrela
por sobre o meu parapeito;
pois não sou eu que me deito
sem ter falado com ela.
Conheço mais de mil flores.
Elas conhecem-me a mim.
Só não sei como em latim
as crismaram os doutores.
No entanto sou promovido,
mal haja lugar aberto,
a mestre: julgam-me esperto,
inteligente e sabido.
O pior é se um director
espreita p'la fechadura:
lá se vai licenciatura
se ouve as lições do doutor.
Lá se vai o ordenado
de tuta-e-meia por mês.
Lá fico eu de uma vez
um Poeta desempregado.
Se me não lograr o fado
porém, com tais directores,
e de rios, aves e flores
somente for vigiado,
enquanto as aulas correrem
não sentirei calafrios,
que flores, aves e rios
ignorante é que me querem.
Sebastião da Gama
Cabo da Boa Esperança, 2ª Ed.(1959)
quinta-feira, maio 20, 2004
john passa cantando: e cantamos com john
USH vs. GREENPEACE - NOT GUILTY!
It's over! I've been in court in Miami all this week defending our ability to stand up for what's right for the planet and our right to speak out against environmental abuses
And at 3:30 this afternoon the judge acquitted Greenpeace on all charges. The prosecution's case was unproven before we even presented our defense. I wanted you to be among the first to know. Thanks so much for your support.
It's incredible - in the last couple of weeks 81,311 people like you, all around the world, have e-mailed President Bush and Attorney General John Ashcroft to condemn this prosecution. The US Government has never heard from Greenpeace in such strong numbers. It's a great show of what we can all do together, and I congratulate you.
Together we have won. Bush and Ashcroft have been shown to have been vindictive, using an 1872 law, and shown to be trying to stifle civil disobedience by shutting Greenpeace down.
But Greenpeace is still in business, and we come out of court more determined than ever to stand up for the planet. But we need your help.
The US Government has forced us to spend a lot of time and money defending this case. Money we should be spending defending ancient forests, sailing the high seas to highlight the collapse of ocean eco-systems, campaigning against irresponsible corporations that pollute our air and water at will.
Our campaign to defend ancient forests, in the Amazon - where this Miami case started - and the last remaining ancient forests in the United States, continues. Watch us.
However, the threat to Greenpeace is not yet over. Hard on the heels of the US Government's case, we may end up in court against Exxon Mobil, the world's largest corporate producer of global warming gases. Last year Greenpeace volunteers protested at their headquarters dressed in tiger suits to highlight Exxon's role in global warming. They didn't like it, and our volunteers face felony charges. Like Bush, they are trying to shut us up for good.
So please, keep Greenpeace in action, be part of the action. We appreciate your on- going support, and we continue to need it, now that we have faced off Bush's malicious prosecution. If you can make an emergency donation, please click here.
We couldn't have done it without you.
Rave on
John Passacantando
Executive Director, Greenpeace
USH vs. GREENPEACE - NOT GUILTY!
It's over! I've been in court in Miami all this week defending our ability to stand up for what's right for the planet and our right to speak out against environmental abuses
And at 3:30 this afternoon the judge acquitted Greenpeace on all charges. The prosecution's case was unproven before we even presented our defense. I wanted you to be among the first to know. Thanks so much for your support.
It's incredible - in the last couple of weeks 81,311 people like you, all around the world, have e-mailed President Bush and Attorney General John Ashcroft to condemn this prosecution. The US Government has never heard from Greenpeace in such strong numbers. It's a great show of what we can all do together, and I congratulate you.
Together we have won. Bush and Ashcroft have been shown to have been vindictive, using an 1872 law, and shown to be trying to stifle civil disobedience by shutting Greenpeace down.
But Greenpeace is still in business, and we come out of court more determined than ever to stand up for the planet. But we need your help.
The US Government has forced us to spend a lot of time and money defending this case. Money we should be spending defending ancient forests, sailing the high seas to highlight the collapse of ocean eco-systems, campaigning against irresponsible corporations that pollute our air and water at will.
Our campaign to defend ancient forests, in the Amazon - where this Miami case started - and the last remaining ancient forests in the United States, continues. Watch us.
However, the threat to Greenpeace is not yet over. Hard on the heels of the US Government's case, we may end up in court against Exxon Mobil, the world's largest corporate producer of global warming gases. Last year Greenpeace volunteers protested at their headquarters dressed in tiger suits to highlight Exxon's role in global warming. They didn't like it, and our volunteers face felony charges. Like Bush, they are trying to shut us up for good.
So please, keep Greenpeace in action, be part of the action. We appreciate your on- going support, and we continue to need it, now that we have faced off Bush's malicious prosecution. If you can make an emergency donation, please click here.
We couldn't have done it without you.
Rave on
John Passacantando
Executive Director, Greenpeace
quarta-feira, abril 21, 2004
recebi o poema e a imagem por mail. desta não sei o autor
mas agradeço-lhe
Abril com "R"
«Trinta anos depois querem tirar o r
se puderem vai a cedilha e o til
trinta anos depois alguém que berre
r de revolução r de Abril
r até de porra r vezes dois
r de renascer trinta anos depois
Trinta anos depois ainda nos resta
da liberdade o l mas qualquer dia
democracia fica sem o d.
Alguém que faça um f para a festa
alguém que venha perguntar porquê
e traga um grande p de poesia.
Trinta anos depois a vida é tua
agarra as letras todas e com elas
escreve a palavra amor (onde somos sempre dois)
escreve a palavra amor em cada rua
e então verás de novo as caravelas
a passar por aqui: trinta anos depois.»
Manuel Alegre
mas agradeço-lhe
Abril com "R"
«Trinta anos depois querem tirar o r
se puderem vai a cedilha e o til
trinta anos depois alguém que berre
r de revolução r de Abril
r até de porra r vezes dois
r de renascer trinta anos depois
Trinta anos depois ainda nos resta
da liberdade o l mas qualquer dia
democracia fica sem o d.
Alguém que faça um f para a festa
alguém que venha perguntar porquê
e traga um grande p de poesia.
Trinta anos depois a vida é tua
agarra as letras todas e com elas
escreve a palavra amor (onde somos sempre dois)
escreve a palavra amor em cada rua
e então verás de novo as caravelas
a passar por aqui: trinta anos depois.»
Manuel Alegre
quinta-feira, abril 01, 2004
terça-feira, março 23, 2004
domingo, março 21, 2004
terça-feira, março 16, 2004
quinta-feira, março 11, 2004
terça-feira, março 02, 2004
a dança já passou por cá mais do que uma vez
mas eu não resisti à versão para puritanos do bad advice
domingo, fevereiro 29, 2004
O GUARDADOR DE REBANHOS (XVI)
Quem me dera que a minha vida fosse um carro de bois
Que vem a chiar, manhãzinha cedo, pela estrada,
E que para de onde veio volta depois
Quase à noitinha pela mesma estrada.
Eu não tinha que ter esperanças - tinha só que ter rodas...
A minha velhice não tinha rugas nem cabelo branco...
Quando eu já não servia, tiravam-me as rodas
E eu ficava virado e partido no fundo de um barranco.
Alberto Caeiro
Quem me dera que a minha vida fosse um carro de bois
Que vem a chiar, manhãzinha cedo, pela estrada,
E que para de onde veio volta depois
Quase à noitinha pela mesma estrada.
Eu não tinha que ter esperanças - tinha só que ter rodas...
A minha velhice não tinha rugas nem cabelo branco...
Quando eu já não servia, tiravam-me as rodas
E eu ficava virado e partido no fundo de um barranco.
Alberto Caeiro
quinta-feira, fevereiro 26, 2004
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